Quanta and Flow: geologia da performatividade do estágio
DOI:
https://doi.org/10.15359/acs.1-1.2Palavras-chave:
Performance, Atuação, Direção de Palco, Shakespeare, Teoria QuânticaResumo
Baseado na observação de vários processos de ensaios teatrais contemporâneos, parte de um projeto de pesquisa internacional, este artigo propõe formular várias hipóteses sobre a construção da dimensão performativa da execução de um texto dramático, neste caso Shakespeare. Em particular, insiste na necessidade de questionar o paradigma do caráter como eixo central do trabalho de atuação, a fim de interessar-se por outros fenômenos, tanto contínuos quanto descontínuos, menos controláveis, que despertam uma abordagem mais dinâmica e instável do texto. Usando algumas analogias com a física moderna, o artigo finalmente propõe algumas reflexões que nos permitem entender como os elementos que governam a performance ao vivo são constituídos a partir de uma acumulação de camadas interpretativas, complementares e contraditórias, reveladas pelo processo de ensaio, e como o ator pode circular física e mentalmente dentro dessas camadas ambivalentes para gerar um tipo de performance que oferece a Shakespeare uma modernidade teatral de acordo com seu potencial.