Violência contra mulheres trans em espaços públicos: entre o assédio sexual e a transfobia.

Resumo

O objetivo principal deste estudo foi analisar, por meio do estudo de depoimentos de mulheres trans, as manifestações de assédio sexual que enfrentam em espaços públicos e que violam seus direitos. Foi desenvolvida a partir de um paradigma de pesquisa qualitativa com alguns elementos da pesquisa-ação participativa, com enfoque crítico nos direitos humanos. Foram atendidas oito mulheres trans, que prestaram seus depoimentos por meio de entrevistas semiestruturadas em profundidade, que foram trianguladas ou comparadas com jornais, fontes secundárias e sistematizadas. Foi complementado com uma investigação de campo onde se fez contato com o contexto e as pessoas em estudo. Entre as principais constatações: Os espaços públicos dominados pelo heteropatriarcado são, socialmente, destinados ao exercício do poder por parte dos homens contra as mulheres cisgênero e trans. A violência enfrentada pela população trans acarreta danos irreparáveis ​​à sua vida, compromete sua integridade física e emocional e limita seu acesso aos direitos humanos. O assédio sexual experimentado por mulheres trans é o assédio sexual transfóbico, porque o assédio sexual se mistura com a transfobia. Para isso, é necessária a realização de estudos em diversas disciplinas que contribuam para a visibilidade histórica, social e política dessas populações, além de contribuir desde a academia para a construção de um acervo documental que data as ações, conquistas, experiências e história das populações trans. É importante realizar pesquisas a partir de abordagens qualitativas que reúnam e sensibilizem aqueles que investigam com a realidade social, cultural e pessoal das mulheres trans.