Desafios prementes para educadores comprometidos com a educação para a cidadania e os direitos humanos por meio de simulações do Modelo das Nações Unidas

Resumo

As simulações de papéis do Modelo de Simulação das Nações Unidas (MUN) servem como uma ferramenta excepcional para a aplicação de princípios pedagógicos inspirados na educação para a cidadania global e os direitos humanos. Quando o(a) docente assume a orientação pedagógica de diversos grupos de estudantes do ensino médio, está ciente de que o processo que culmina na encenação da ONU é repleto de imprevistos, apesar do planejamento cuidadoso prévio. As possibilidades de sustentar, no médio prazo, uma atividade de educação não formal dependem, em grande medida, do voluntarismo e da inabalável vocação do corpo docente. Este artigo concentra-se nesse compromisso. Com base em uma referência socio-comunitária fortemente atenta à articulação territorial, foram consagrados esforços compartilhados para alcançar resultados condizentes com as expectativas dos grupos estudantis. A iniciativa coletiva ocorreu na Escola Secundária nº 5 de Ezpeleta, na Província de Buenos Aires, Argentina, um dos cenários mais representativos dos Modelos das Nações Unidas da Universidade Nacional de Quilmes (MONUUNQ). Durante e após a pandemia da COVID-19, com uma extraordinária capacidade de adaptação ao contexto, foram mantidos oficinas, capacitações e jogos de papéis presenciais. Dedicou-se especial atenção ao aprimoramento de estratégias pedagógico-didáticas dos educadores da instituição, que apresentavam perfis bastante heterogêneos em relação à prática dos MUN. Os registros e depoimentos dos próprios estudantes protagonistas permitem resignificar, de forma altamente positiva, as experiências e práticas que tiveram impacto no ambiente escolar.