Vol 21, N° 41, Enero-Junio 2023
ISSN: 1409-3251, EISSN: 2215-5325
Motivações para as migrações juvenis do campo para a cidade no Brasil
Motivaciones para las migraciones juveniles del campo a la ciudad en Brasil
Motivations for youth migration from rural to urban areas in Brazil
Claudio Jorge Gomes da Rocha Junior
Universidade Federal Rural de Pernambuco, Brasi
claudiojunior.agro@gmail.com
https://orcid.org/0000-0002-6355-9229
Cláudia Siqueira Baltar
Universidade Estadual de Londrina, Brasil
cbaltar@uel.br
https://orcid.org/0000-0001-8466-5453
DOI: http://doi.org/10.15359/prne.21-41.2
Fecha de recepción: 20/11/2022 / Fecha de aceptación: 15/3/2023 / Publicado: 12/05/2023
RESUMO O meio rural brasileiro, espaço no qual se distribui 15% da população do país, é marcado por realidades heterogêneas e nem sempre favoráveis com relação aos direitos fundamentais estabelecidos na constituição. Assim, como seria possível para os jovens rurais a transição para a vida adulta, em seus próprios locais de origem, sem a necessidade ou ainda, disposição para migrar? O que os estimula ao êxodo rural? Possuem oportunidades de expressar seus anseios e assim, buscar de forma plena o estado de desenvolvimento humano? Para tanto, o presente trabalho foi desenvolvido por meio de uma revisão de literatura narrativa, ao incluir autores sociológicos contemporâneos e trabalhos científicos que tratam dos jovens rurais brasileiros. O estudo utilizou a técnica de análise de conteúdo e levantou oportunidades de investigação científica. Foi dividido no debate sobre as juventudes rurais, escolaridade, participação política, gestão, sucessão familiar, protagonismo juvenil, e sobretudo, identificou os fatores de estímulo das migrações juvenis rurais no Brasil. Palavras-chave: êxodo; juventude; rural. |
RESUMEN El medio rural brasileño, en el que se distribuye el 15% de la población del país, está marcado por realidades heterogéneas y no siempre favorables con relación a los derechos fundamentales establecidos en la constitución. Entonces, ¿cómo sería posible que los jóvenes rurales hicieran la transición a la edad adulta, en sus propios lugares de origen, sin la necesidad o la voluntad de migrar? ¿Qué les estimula al éxodo rural? ¿Tienen oportunidades de expresar sus deseos y así buscar plenamente el estado de desarrollo humano? Para ello, este trabajo se desarrolló a través de una revisión narrativa de la literatura, incluidos autores sociológicos contemporáneos y artículos científicos que tratan sobre la juventud rural brasileña. El estudio utilizó la técnica de análisis de contenido y planteó oportunidades para la investigación científica. Se dividió en el debate sobre la juventud rural, la escolarización, la participación política, la gestión, la sucesión familiar, el protagonismo juvenil y, sobre todo, identificó los factores que estimulan la migración de la juventud rural en Brasil. Palabras clave: éxodo; juventud; rural. |
ABSTRACT The Brazilian rural environment, in which 15% of the country’s population is distributed, is marked by heterogeneous and not always favorable realities in relation to the fundamental rights established in the constitution. Consequently, how would it be possible for rural young people to transition to adulthood in their own places of origin, without the need or willingness to migrate? What encourages their rural exodus? Do they have opportunities to express their desires and thus fully seek the state of human development? This paper was developed through a narrative literature review, including contemporary sociological authors and scientific papers related to Brazilian rural youth. A content analysis technique was used, which brought opportunities for scientific investigation. The study included a debate on rural youth, schooling, political participation, management, family succession, youth protagonism, and above all, it identified the factors that stimulate rural youth migration in Brazil. Keywords: exodus; youth; rural. |
O meio rural brasileiro se caracteriza por um amplo e diverso espaço de vida, distribuído em 351.289.816 hectares nos seus 5.073.324 estabelecimentos agropecuários, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2019). Ainda, possibilita inúmeras formas de geração de riquezas, com destaque para a produção de alimentos, fibras, bioenergia, artesanato, oferta de atividades não-agrícolas, industriais e de serviços, incluindo o turismo, hospedagem, agroindústria, lazer, etc., com grande heterogeneidade na busca pelo estado de desenvolvimento humano. Os jovens, neste ambiente, encontram limitações e potenciais que poderiam incorrer em suas permanências ou até no discutido processo de êxodo rural da população desta faixa etária, compreendida dos 15 aos 29 anos e que poderia resultar na masculinização, no envelhecimento das pessoas e ainda, na incerteza sobre a oferta de alimentos, incluindo grandes inflações nos produtos e serviços oriundos do campo (Abramovay et al., 1998; Barcellos, 2017; Castro, 2016; 2005; Foster e Main, 2018; Marin, 2020; Qian, Wang e Zheng, 2016; Troian e Breitenbach, 2018).
A população brasileira é composta por 215.832.067 de habitantes. Desta, 51.330.569 de pessoas são jovens e aproximadamente 7,8 milhões (15%) estão no campo. A população juvenil rural que migrou para a cidade foi de 669.871 habitantes de um total de 1,9 milhões de migrantes rurais-urbanos (IBGE, 2011; 2023). Embora a população rural que migrou esteja em desaceleração se comparada ao êxodo de 1960 a 2000, com migração de mais de 25 milhões de pessoas, os jovens, representam quase 35% do total no período de 2000 a 2010, o que representa um grande fluxo desta fatia das pessoas oriundas do campo. Na China, a situação é mais acentuada, os jovens somam 68,5% dos migrantes rurais-urbanos, com idade média de 26,9 anos (Qian et al. 2016).
Por que os jovens oriundos do meio rural brasileiro, local com características tão diversas e grande espaço físico, incluindo as peculiaridades dos povos indígenas e da agricultura familiar, são tão convidados ou se sentem estimulados a partir? Seria o estreito horizonte enxergado em seus projetos, sobretudo os profissionais, o grande motivador das migrações? E para os que escolhem permanecer, o que lhes motivam ou até os prendem em seus ambientes de origem?
O presente estudo objetivou identificar os principais fatores motivacionais para as migrações rurais juvenis no Brasil. Assim, se buscou compreender a juventude rural e as características dessa mobilidade; as possibilidades de permanência dos jovens em seus locais originários e levantar possibilidades de estudos posteriores. Para tanto, a pesquisa foi desenvolvida por meio de uma revisão bibliográfica narrativa, metodologia indicada por Pereira et al. (2018). Além desta, se buscaram dados secundários nas seguintes fontes: Censo Demográfico Brasileiro 2010 e 2022 (IBGE, 2011; 2022), Censo Agropecuário Brasileiro 2017 (IBGE, 2019).
Foram buscados trabalhos científicos de referência na literatura brasileira sobre juventude rural e migrações, publicados entre os anos de 1998 e 2021, indexados no Google Scholar®, Doaj.org® e Portal de periódicos CAPES®. A busca abrangeu artigos de periódicos, anais de congressos, livros, trabalhos de conclusão de curso, dissertações e teses. Houve a escolha dos trabalhos que mais se adequaram ao problema de pesquisa. Além destes, foram incluídos estudos de referência na sociologia contemporânea, para possibilitar maior fundamentação teórica.
A unidade de análise consistiu nos fatores de estímulo às migrações rurais juvenis nos empreendimentos rurais brasileiros como um dos fatores de incerteza para o alcance do desenvolvimento rural sustentável. Os resultados foram obtidos por meio de análise qualitativa, ao seguir o proposto por Strauss e Corbin (2009). Franco (2012) possibilitou a base para formular o modelo de análise do conteúdo da pesquisa descrita.
A organização desta publicação ainda permitiu encontrar espaços nos trabalhos científicos e estimular o preenchimento mediante estudos posteriores.
Ao passo que uma configuração social se torna complexa, com maior número de membros, um indivíduo deixa de realizar ligações com todas as pessoas de sua teia, independente do grau de proximidade ou rejeição com elas e, passa a se ligar a outros fatores emocionais, como símbolos, que seriam os fatores de pertencimento a determinadas unidades sociais (Elias, 2008). Ao seguir a lógica da diferença, o espaço social funciona como lugar simbólico, ao incluir padrões de vida divergentes, compostos por distintas agências e entidades. Por consequência, resultam em variadas probabilidades de arranjos marcados por desigualdade (Bourdieu, 2004). Assim, quem possui determinadas características, se enquadraria em estruturas com traços semelhantes. O jovem rural não pode ser enquadrado numa subcategoria da juventude. É necessário considerar a convivência do jovem no ambiente agrário (Silva e Costa, 2021), sobretudo sua expressão dada as regionalidades, inserções políticas, lutas sociais, identidades e atributos socioeconômicos. Indo além, considerar a própria heterogeneidade entre as juventudes rurais e urbanas no Brasil (Martins, 2021).
Conforme as peculiaridades supracitadas, o capital simbólico, bem como seus domínios e distinções, seria resultante do destaque causado pelo poder financeiro e cultural do indivíduo. Este poder também é capaz de formar grupos. O condicionamento social exterior é incorporado e junto a subjetividade do sujeito, resulta no habitus (Bourdieu, 2004). Este conjunto é evidenciado por proporcionar identificação e reconhecimento de seus possuidores. Ainda pode ser alterado em função da época. Quem o detém, ocupa distinção (Bourdieu, 2013). Deste modo, a incorporação do termo rural ao jovem, acrescenta maior complexidade na sua compreensão, pois a própria juventude brasileira é composta por ampla pluralidade social e necessidades singulares. A análise não pode se limitar ao entendimento das características de produção e trabalho rural (Zanol, 2013; Castro, 2016).
Os jovens estão no dilema entre a transição, incerteza e instabilidade, que contrapõem com a expressão de seus traços, culturas e personalidades (Oliveira et al., 2008). Uma maior escolaridade dotaria à juventude de maior representatividade e autonomia?
MIGRAÇÕES JUVENIS E ESCOLARIDADE
Para interpretar o indivíduo atualmente, seria necessário observar suas capacidades, adquiridas a partir de experiências formadoras e confrontá-las com seu modo de ação atual. Esse capital fica evidente de acordo com os estímulos recebidos e pela interação com os outros (Nogueira, 2016).
Há um conflito entre os desejos de permanecer e as necessidades de qualificação, trabalho e qualidade de vida para os jovens na própria comunidade de origem (Silva e Costa, 2021). É urgente a provisão de serviços educacionais e culturais para a juventude, para que consigam ascensão social sem a necessidade de migrar (Eutrópio et al., 2014).
A maior formação educacional do jovem amplia seu potencial, incluindo a possibilidade de maior contribuição ao próprio local de origem (Zanol, 2013). Neste horizonte, muitos jovens visualizam a chance de permanecer no campo a partir da aquisição da graduação, mesmo quando o curso não está ligado diretamente às atividades rurais, mas que possibilitaria conciliar o exercício profissional e residir em seu local de origem (Lamb, 2017). Em respeito disso, quais são os impactos da inexistência de oferta educacional nas proximidades?
A ausência de escolas no campo e a continuidade dos estudos na cidade favoreceram a socialização dos jovens rurais, para além de suas comunidades de inserção, ampliando assim, suas possibilidades de migração, inclusive internacionais (Drebes e Oliveira, 2018).
Quanto aos aspectos emocionais, os jovens são afastados da preparação para a vida adulta, essa que exige controle dos instintos. São aproximados de instituições de formação para fins de aquisição de funções (Elias, 1994). Neste caso, quando letrados, possuiriam maior chance e ainda, preparo para gerir as propriedades rurais?
Com base nos dados do Censo Agropecuário 2017 (IBGE, 2019) e mediante observação da figura 01, a gestão por jovens varia de 5% em Goiás a 22% no Acre e Amazonas, do total de propriedades rurais brasileiras. Esses dados reforçam a concentração na gestão por pessoas com idade mais avançada, principalmente entre 35 e 55 anos (IBGE, 2019), o que compromete a sustentabilidade dos empreendimentos em longo prazo. Quanto à escolaridade, as unidades produtoras que possuem gestores com ensino médio completo oscilam de 8% no Piauí a 20% no Distrito Federal. O nível de escolaridade é uma característica preocupante, que para Troian e Breitenbach (2018) enfraquece a possibilidade de permanência da juventude.
Figura 01 - Gestão das propriedades por jovens e pessoas com ensino médio completo no Brasil.
Fonte: o próprio autor (2021) com base no IBGE (2019).
Os indivíduos podem ser levados a crenças, de que nem sempre possuirão disposições para agir em prol do alcance delas. Estas privações são fontes de desapontamento (Lahire, 2005). Há um desestímulo, que talvez acarrete num senso de injustiça para a juventude, pois quem normalmente gerencia as unidades produtivas são pessoas mais velhas, com menor escolaridade, normalmente homens e com menor grau de abertura nas decisões por parte dos membros da família.
Seriam as migrações incentivadas pela ausência de condições na obtenção dos propósitos individuais, ou ainda, a frustração atual os motiva a atualizar as crenças ou os recursos? Segundo Archer (2011), só há satisfação ou limitação na ação individual diante da presença de propósitos.
Para Lahire (2005), quanto mais precoce iniciar o contato individual com disposições heterogêneas, maior o patrimônio de motivações pessoais deste cidadão. Suas práticas se ampliam aos mais diferentes espaços e épocas, dada a diversidade e heterogeneidade de pertencimento e simbolismo no qual vivencia. Os anseios que foram incorporados desde cedo nos jovens, podem dar lugar a atualizações divergentes das crenças nas quais estiveram propensos à ação. Seriam substituídas por novos desejos. Segundo Archer (2016), mesmo situadas em características sociais semelhantes, a heterogeneidade das pessoas, as leva a buscar propósitos distintos.
A continuação da escolarização é o primeiro processo de incentivo à migração juvenil. Além disso, existe maior dificuldade em socializar o trabalho agropecuário para os jovens, muitas vezes, pelo conflito com a agenda escolar (Spanevello et al., 2011).
O estoque de vontades pode variar de acordo com seu grau de força e, nem sempre resultar em ações concretas. Por vezes, quando praticados, os desejos não são conduzidos de forma consciente ou espontânea (Lahire, 2005). Portanto, nem todos os jovens que estudam desejam migrar. Os homens preferem formações superiores ligadas às ciências agrárias (Breitenbach e Corazza, 2019). Muitas moças com estudo também gostariam de continuar no campo. Porém, são resistentes a exercer as tarefas agrícolas (Lamb, 2017).
O confronto entre o contexto e as possibilidades nas quais derivam da origem da pessoa é automático. As respostas, dada a capacidade ou limitação do agente, nunca são idênticas. A tensão é formada a partir das propriedades culturais e estruturais. Quanto maior o custo, menor a probabilidade de determinada opção ser priorizada (Archer, 2016).
PARTICIPAÇÃO POLÍTICA, GESTÃO E SUCESSÃO FAMILIAR
Os agentes possuem posições sociais construídas ativamente a partir de suas óticas singulares. Para tanto, recorrem ao capital e esse, necessita do campo, que não funcionaria e existiria sem ele (Bourdieu e Wacquant, 2005). Mesmo assim, nem sempre os jovens reconhecem sua autonomia política e capacidade de transformação social. Apenas 19% dos jovens participam de entidades associativas nos assentamentos pesquisados (Silva e Costa, 2021). Mesmo com características propensas à indagação, a participação juvenil em espaços de discussão, incluindo a representação política, ainda é baixa (Dourado e Almeida, 2014).
O agrupamento dos indivíduos em classes, proporciona a busca incessante pelo poder, desde que inseridos no ambiente social (Wacquant, 2013). Os recursos são fatores-chave para o alcance do poder (capacidade de mudança dos agentes para obter os resultados pretendidos). Porém, a estrutura não deve ser um fator inibidor da ação. Deste modo, a integração social depende das práticas mútuas e interdependentes dos agentes (Giddens, 2000).
A migração seria uma fuga dos espaços de disputa ou a busca de novos locais de competição? Saldanha (2019) atesta que, segundo os jovens rurais, assumir a direção das atividades não depende apenas da abertura dos pais, mas, da característica e perfil dos membros da família, das tarefas desenvolvidas na propriedade e dos estímulos nos quais a gestão possui.
As gestões de organizações associativas seriam estimulantes a fixação da juventude? As cooperativas são organizações que possibilitam a diminuição das migrações juvenis rurais. Porém, dada as particularidades das juventudes, as entidades encontram obstáculos nos esforços direcionados à temática da sucessão familiar (Drebes e Spanevello, 2017).
As propriedades rurais, mesmo aquelas idealizadas em assentamentos que passaram por estudos e projeções, não dão a devida atenção ao processo sucessório e geracional, de acordo com os anseios juvenis (Oliveira et al., 2008). E, a ausência de interessados na continuidade das propriedades, compromete a reprodução da herança cultural acumulada e dos conhecimentos adquiridos pelos agricultores (Coradini, 2011; Stropasolas, 2011). Nem sempre toda a família deseja continuar na propriedade. Os pais adquirem terrenos e constroem casas na cidade para dar suporte aos estudos dos filhos e no acesso a serviços como saúde e, aos poucos deixam a área rural apenas para lazer e preservar as memórias da família (Coradini, 2011).
Os indivíduos interagem e ocupam espaços físicos, nos quais seus recursos condizem com suas capacidades. Assim, os propósitos de vida são limitados à disponibilidade de propriedade e tempo (Giddens, 2009).
Para Elias (1994) é possível e, por vezes necessário e involuntário, se individualizar. Esse processo é parte do curso civilizador. O indivíduo reprimido busca privatizar-se, ao existir em separado aos demais, em conflito entre o eu e a sociedade.
Ficar ou partir não pode ser uma sentença e ainda um ideal para a juventude. Seus projetos devem ser flexíveis e incluir ou não as atividades agrícolas e profissões não rurais, quer sejam exercidas no campo ou na cidade (Galindo, 2019).
O incentivo pelo reconhecimento, independência, lazer, trabalho, destaque, move os jovens diante das alternativas disponibilizadas pela sociedade. Por vezes, desde crianças são motivados a se controlar, competir, buscar autonomia. Então, encontram alegria em seus êxitos (Elias, 1994).
De toda forma, o meio rural desprestigia sua juventude, pois valoriza o latifúndio, a monocultura e favorece o trabalho assalariado. Assim, exclui os jovens camponeses de autonomia neste ambiente (Campos e Feijó, 2015). A dificuldade da permanência juvenil é acentuada em muitas famílias, pois a participação do jovem se restringe à esfera econômica, contribuindo para o incremento na renda familiar. Infelizmente, suas subjetividades são negligenciadas (Mello et al., 2020). Como conviver com a invisibilidade de seus anseios e particularidades?
A continuidade no campo foi ficando escassa, em função de fatores de desestímulo, principalmente a falta de autonomia da juventude em seu local de origem (Drebes, 2015). Aliado a isto, Lahire (2016) argumenta que a socialização secundária cada vez mais precoce, incentiva nos jovens, comparações entre os dois universos sociais, incluindo as analogias entre o “aqui” e “lá”. Resulta em indagações e nas provocações a quebra da exclusividade familiar no processo socializador. Assim, o meio rural precisa ser um meio emancipador para a juventude que nela reside. Se ocorresse o reconhecimento socioeconômico da agricultura familiar, haveria o movimento de retorno da juventude (Eutrópio et al., 2014).
O que proporciona às pessoas preservar ou afastar seus vínculos sociais? Para Nogueira (2016) seriam os estímulos sociais recebidos em sua formação ou o contexto que o impõe. Para Galindo (2019) a concentração das decisões nos pais fragiliza a permanência dos filhos, principalmente os jovens, que além da baixa autonomia e valorização, muitas vezes possuem restrição de circulação e inserção social.
A capacidade de iniciativa dos jovens é limitada entre as famílias, causadas por conflitos geracionais e de gênero (Zanol, 2013). Então, a migração favorece a transição para a vida adulta, ao impor maior autonomia e maturidade na condução de seus projetos individuais (Drebes e Oliveira, 2018). Estes fatos apontam para que os jovens tendem a investir mais em seus projetos individuais, porque terão mais tempo para usufruí-los do que seus pais (Baltazar et al., 2017). A necessidade de atualização dos anseios, a incompatibilidade nos espaços sociais, o temor pela coerção social, faz com que os jovens busquem a autenticidade (Lahire, 2016). Então, existem outros fatores que causam maior busca individual por realização das pessoas na sua juventude?
A globalização, assim como a consequência da inserção das tecnologias no campo estimulou a existência de propósitos particulares por parte dos jovens e alterou características de consumo e comportamento, a exemplo de fatores do capital social, como a diminuição da cooperação no trabalho (Drebes e Oliveira, 2018). E como auxiliar nesta problemática?
Quanto melhor a discussão, apoio e relacionamento entre a família e um maior protagonismo juvenil, maiores são as chances de os jovens elaborarem e colocarem em prática seus projetos de vida, e assim, dificilmente optarem por migrar para as cidades (Zanol, 2013). Há um reforço na importância do papel das políticas públicas, pois ações de qualificação, extensão rural, oferta de crédito e acesso à terra são imprescindíveis.
FATORES DE ESTÍMULO ÀS MIGRAÇÕES JUVENIS RURAIS
Os aspectos motivadores são considerados como fatores de expulsão e consistem nas dificuldades de viver no campo (Silva e Costa, 2021). Mas, as motivações pessoais dos jovens migrantes não podem ser analisadas fora do entendimento da complexidade social que as envolvem (Faria e Macedo, 2013). Não se adquire motivação de forma brusca. Normalmente esta força é baseada em eventos próximos e semelhantes. É resultado de uma prática socializadora. Porém, nem sempre é convertida em ação, pode ser inibida ou até mesmo ajustada (Lahire, 2004).
A baixa infraestrutura, o fechamento das escolas rurais e a falta de regularização das terras estimulam as migrações juvenis (Farias et al., 2015). No que repercute essas dificuldades? Para Guerin (2015), a imagem negativa de se viver no meio rural aliada com os entraves no acesso à educação e ao trabalho, são grandes motivadores das migrações juvenis rurais.
Então, como não pensar em migrar neste ambiente? Bertotti (2014) ainda acrescenta que quando há ociosidade de trabalho no campo, tendem a migrar os jovens, que normalmente não detém a renda familiar. Nestas saídas, prioritariamente partem as mulheres, pois teriam pouca autonomia no meio rural. E para a juventude já há vocação para sair?
O encurtamento entre as distâncias do meio rural e urbano, mediante o acesso à comunicação, transporte e educação, favoreceu a cultura migratória, inclusive a internacional. A migração ao exterior tem caráter temporário e é incentivada em função da valorização das moedas estrangeiras e as condições desfavoráveis dos centros urbanos mais próximos dos jovens rurais (Drebes, 2015).
Qual é o fator predominante do êxodo? Seria a desruralização ou o desenvolvimento urbano? (Faria e Macedo, 2013). As grandes jornadas de trabalho, incluídas de grande esforço físico, sem incremento em seus rendimentos financeiros, desmotivam a continuidade dos jovens nos trabalhos rurais (Stropasolas, 2011).
Muitas pessoas são presas a impulsos de primeira ordem. Assim, sua dificuldade de fixação territorial condiz com a baixa identidade pessoal (Archer, 2000). Nesta perspectiva, quando os rapazes não estudam, ainda conseguem ser identificados como jovens agricultores. O mesmo não é comum nas moças, que só são reconhecidas assim, ao contrair matrimônio com um agricultor (Stropasolas, 2011). Essa tendência favorece a busca pela qualificação feminina a fim de migrar para a cidade e encontrar novas colocações profissionais.
A preferência feminina pelas migrações é iniciada pelos pais, quando excluem as mulheres das decisões gerenciais e as estimula a estudar para conseguir um trabalho fora da propriedade (Breitenbach e Corazza, 2019).
Diante das limitações econômicas impostas, incluindo a ausência de reservas financeiras, a população rural, em especial os jovens, enxergam as migrações internas ou ao exterior como única alternativa de êxito. As migrações para os centros urbanos de outros países vão além das necessidades econômicas (Marin e Drebes, 2020). Existe um simbolismo, para aqueles que sozinhos, vencem em um país distante, ao conquistar vossas independências financeiras enquanto ainda jovens.
A migração para a cidade poderia ser considerada um hábito para os jovens do meio rural? Para Archer (2011) o hábito está condicionado à imitação e baixa reflexão. A mudança cultural e estrutural se dá por meio da reflexividade e, a prática depende da ligação indivisível entre estrutura, cultura e agente. O meio estrutural prepondera, condiciona a ação, manutenção das crenças e a disponibilidade de recursos.
O processo de preparação dos jovens para a vida adulta, num contexto social complexo, se torna demorado, isolado do convívio com os mais velhos e assim, cheio de tensões, especializações e causador de fragilidades emocionais. Há um maior risco deste futuro indivíduo maduro não conseguir equilibrar as exigências sociais e seus anseios. Além disso, estão dispostas inúmeras possibilidades de escolha para o exercício das mais variadas ocupações. Há muitas opções de trabalhos menos pesados ou dolorosos fisicamente, com maior controle dos efeitos da natureza. Variam de acordo com a origem e competência individual (Elias, 1994).
Mesmo diante de um trabalho desgastante, os jovens rurais que migram para trabalhar em empresas rurais enxergam nesta mudança, a possibilidade de resgate de sua cidadania e implementação de projetos autônomos. A reestruturação produtiva do agronegócio trouxe por consequência, demanda por trabalho juvenil (Silva, 2006) e ainda, esta modernização da agricultura, favoreceu a expulsão dos produtores de pequeno porte (Silva e Costa, 2021).
A falta de terras para distribuir para todos os filhos também dificulta a permanência dos jovens (Spanevello et al., 2011). A causa consiste no fracionamento e incorporação das propriedades de pequeno porte, além da falta de diversificação das atividades produtivas, que deixam as propriedades rurais mais vulneráveis à migração dos jovens. Este processo compromete inclusive a manutenção de tradições culturais das comunidades (Maurina, 2011). A transformação do agricultor em empresário rural foi facilitada pela rejeição na manutenção da cultura do camponês, no processo de sucessão familiar e, ainda, pela maior orientação da agricultura em buscar aceitação nos mercados (Wacquant, 2013).
As dificuldades do trabalho agrícola, incluindo a desvalorização dos produtos, o contato com produtos químicos, exposição às condições climáticas, grande esforço físico, insalubridade, pesam na fixação dos jovens (Coradini, 2011).
Quando os filhos são vistos como aprendizes da agricultura, esta imagem desvincula a juventude rural da inserção social e a torna submissa à chefia familiar, predominantemente masculina (Galindo, 2019). Assim, os jovens do campo tendem a migrar quando a renda familiar não é dividida entre os membros e é concentrada em épocas de safra (Bertotti, 2014).
A conversão coletiva ao eliminar as distâncias entre o rural e o urbano estimula os jovens rurais a comparar e preferir o modo de vida da cidade, por estarem menos ligados à terra e mais propensos às vantagens oferecidas pelas migrações (Drebes e Oliveira, 2018). Diante de novas exigências, atualizar nossas capacidades é inevitável. Continuar como éramos e ainda, seguir nossos pais, encontra cada vez menos chances de acontecer (Archer, 2011).
A falta de autonomia financeira reforça o desejo pela migração juvenil. Para os jovens, é muito constrangedor depender financeiramente dos pais, especialmente para as jovens (Spanevello et al., 2011). As comunidades são enfraquecidas ao passo que o grupo perde a função de proteger e controlar os indivíduos. Seus membros se tornam propensos a partir em busca de oportunidades que não encontram em seus locais de origem. A ligação individual se torna menos coesa, inclusive a necessidade de adequação de conduta, objetivos e pertencimento natural (Elias, 1994).
A migração do jovem poderia ser interpretada como uma tentativa de aproximação aos seus hábitos e, ainda, à negação ou desconstrução das crenças carregadas por eles desde a infância. Para Archer (2011), esse processo transformador pode ser encarado sob duas perspectivas: a da inovação e a da tensão. A modernização necessita de descontinuidade de contextos.
As saídas muitas vezes são motivadas pela forma de criação dos filhos. Desde cedo é imposto menor controle à sua circulação fora do meio rural, e ainda é despertado o desejo pela vida urbana (Spanevello et al., 2011).
Os jovens migram para facilitar a sobrevivência de suas famílias, pois estas, sem uma administração eficiente, encontram dificuldades e pouca dinâmica econômica (Eutrópio et al., 2014). Os fluxos migratórios são acentuados em função das desigualdades sociais impostas às populações rurais. Para a juventude, a mudança possibilita a chance de maior empoderamento social (Weber, 2018).
Além do exposto, a desmotivação em permanecer no campo está, segundo os jovens, imposta pela dificuldade de lidar com as questões climáticas e de mercado. Assim, mesmo ao se qualificarem, não pretendem permanecer em seus locais originais (Eutrópio et al., 2014).
Por que o entrelaçamento social é tão carregado de instabilidade? O progresso deveria buscar o equilíbrio, neutralidade, cortesia. Mas, não é o que acontece. Para Elias (2001) a resposta se atribui ao papel do controle. Então, se não houvesse controle, a sociedade seria menos competitiva? E ao ser assim, menos instável, não progrediria? Por fim, a migração é fortemente influenciada pelo modo de vida da cidade, considerado moderno. Para o jovem, sua saída é muitas vezes indispensável (Oliveira et al., 2008).
As migrações rurais começam muito cedo, por vezes na fase de vida infantil, quando os pais decidem mudar de vida e ir em prol de novas oportunidades nas cidades. Um país com grandes diversidades, desigualdades e espaço físico, faz com que as pessoas que se sentem afastadas busquem integração. Os motivos para a juventude migrar vão além da vida profissional.
Os jovens buscam sair quando não encontram independência, ao desejar exercer atividades não encontradas no seu espaço, por sentir vergonha pelos tratamentos sociais pejorativos recebidos pelas pessoas das cidades, são motivados ainda pela falta de participação nas decisões e no patrimônio familiar, por serem suprimidos e controlados devido ao seu gênero, pelo baixo acesso aos serviços e direitos sociais, pelo desejo de se educar e sobretudo, por estarem na fase da vida mais propensa ao novo, à mudança.
As pessoas jovens que permanecem no campo tomam essas decisões por estarem mais ligadas ao local de origem e, infelizmente, quando expostas a dificuldades em desenvolver objetivos profissionais e sociais que necessitam da aquisição de recursos externos, inclusive por meio de processos migratórios temporários para fins de aprofundamento nos estudos, ou mesmo, decisões como se casarem. Dado o avanço da masculinização e do envelhecimento populacional em alguns territórios rurais brasileiros, os propósitos sociais juvenis apresentam inúmeros obstáculos.
Sobretudo, os jovens, mesmo quando qualificados em grandes centros urbanos, conseguem permanecer ou retornar ao rural. Em oposto às dificuldades citadas anteriormente, para aqueles que permanecem por obrigação ou falta de enxergar horizontes mais otimistas, o regresso da pessoa qualificada está relacionado com a perspectiva de desenvolvimento de seus projetos pessoais no campo, nos quais o conhecimento construído foi emancipador e instigador. Julgam que mesmo diante de adversidades climáticas e socioeconômicas, é vantajoso desfrutar das vantagens de se viver num espaço com menor densidade demográfica e em maior contato com a natureza, ao contrário de migrar de forma definitiva para a cidade.
Para tanto, só seria possível estimular as juventudes rurais mediante a eficácia, o aperfeiçoamento, a continuidade e a disponibilidade de políticas públicas. É primordial para a melhoria na qualidade de vida por parte de quem reside no meio rural. Neste ambiente, as pessoas precisam de maior renda, qualificação contínua, acesso à saúde, crédito para implementar seus objetivos, estímulo à preservação de sua cultura, momentos de distração e exercícios físicos e, proximidade com o mundo digital.
A agricultura familiar possui como característica marcante a autogestão de seu ambiente interno, incluindo o domínio de seus recursos. Mas, a falta de autonomia do jovem enfraqueceria essa vantagem da propriedade familiar. Muitas vezes o processo sucessório é adiado ou ainda negligenciado, desmotivado pelo baixo envolvimento e participação da juventude nas decisões e discussões familiares.
É desejado que as próximas investigações científicas incluam os olhares de quem vive no campo, das pessoas que idealizam e avaliam as políticas públicas direcionadas aos jovens. Os instrumentos de intervenção política ainda precisam de estudos mais precisos, para que possam se tornar eficazes, emancipadores e além de tudo, possibilitar o alcance do desenvolvimento humano, mesmo diante de tantas características e condições diversas e desafiadoras impostas pela dimensão continental brasileira.
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